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O projeto Daily Pilgrims foi desenvolvido em algumas das principais metrópoles da Ásia, um continente onde tanto a terra quanto os hábitos das pessoas estão hoje em rápida transformação. Quis captar e retratar as tensões entre sujeito e cenário, evocando a sensações de desorientação e anonímia que caracterizam a vida urbana moderna, contrariada pela exigência social de autorrepresentação e mesmo de criação de uma diversidade de ‘eus’. Jean Claude Kaufmann escreveu que hoje «vivemos as angústias modernas da busca pela identidade. Este é o mito do contemporâneo.» Estes retratos desfocados estabelecem um diálogo com esse ponto de vista, transformando figuras humanas anónimas em corpos de formas e cores distorcidas. Esta ausência de informação evidencia os retratados, mistificando e desmistificando molduras de identidade e memória.

Tomando emprestadas as palavras de Natasha Christia, «as imagens de Ferreira operam literalmente como uma barreira para os olhos. Nunca somos capazes de descobrir o que está lá fora: entre nós e o sujeito não há espaço para qualquer ‘Outro’ identificável ou para qualquer contextualização espacial em termos sociopolíticos. Transmite a ‘aura’ de uma verdade humana ‘palpável’ turvada pela globalização e multiculturalismo.»

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